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sábado, 1 de novembro de 2014
Homens Submissos - TPD
Contra o que a maioria pensa, mulher mandona, controladora e autoritária não é lenda. Infelizmente existem por todo o mundo e em grande escala.
Os fatores que levam um homem a ceder às ordens da mulher dentro de um relacionamento são vários mas maioritariamente dois:
- o fator do homem que cresceu com uma mãe mandona e autoritária e que tem a tendência de levar esse modelo para os seus relacionamentos afetivos;
- a insegurança, ou mesmo o comodismo por parte dele em ceder à parceira as responsabilidades que não deseja assumir;
Desse modo, a mulher tende a assumir esse espaço com total liberdade e prévio consentimento para fazer e desfazer da vida dele a seu belo proveito.
O mais trágico disto tudo é que eles não se sentem vítimas já que, inconscientemente, foram eles que buscaram esta condição e não sabem viver de outro modo. Sem uma mulher assim se sentiriam completamente incompletos e desprotegidos.
Ao contrário do que parece, é grande o número de homens que depende emocionalmente de suas mulheres, entregando a elas a administração integral da vida e dos próprios desejos e vontades.
É claro que a dependência masculina não se mostra necessariamente tão óbvia, se apresentando na maioria das vezes de forma bem mais sutil mas não são raras as vezes que elas escolhem até o que o companheiro pode gostar ou não de comer, vestir ou até a forma como se devem comportar. Inacreditável, né? Mas podem acreditar que é absolutamente verdade.
Homens e mulheres têm um papel a desempenhar. Para serem aceitos como machos, os meninos têm que corresponder ao que deles se espera numa sociedade tipicamente machista — força, sucesso, poder. Não podem falhar, sentir medo e jamais chorar. Onde se esconde, então, toda a fragilidade e dependência que observamos, na intimidade de tantos casais? Sem dúvida, perseguir o ideal masculino gera angústias e tensões, sendo necessário então usar uma máscara de onipotência e independência absoluta.
Quando pequeno, o menino tem com a mãe um vínculo intenso, que deve ser rompido precocemente para que ele se desenvolva como homem. Permanecer muito perto da mãe só é permitido às filhas meninas. Para os meninos isso significa ser fraco e diminuído do papel de "homem". Os amigos e a própria família não perdem uma oportunidade de deboche ou piada se isso acontecer.
Então ele é forçado a cortar laços maternais para não ser discriminado e diminuído. Pode acontecer igualmente uma separação forçada da mãe por separação dos pais ou falecimento da mesma mas tudo pode resultar uma mesma consequência: O desejo de ser cuidado, acalentado e dependente é aflorado e intensificado nestas circunstâncias podendo dar lugar ao início de um transtorno: o Transtorno de Personalidade Dependente.
Na vida adulta os homens escondem a necessidade que têm das mulheres tentando se mostrar autossuficientes e desprezando-as tentando convencer a eles e aos demais de que são as esposas que precisam deles, do seu sustento, proteção e cuidados. Negam deste modo os seus próprios impulsos de dependência, se sentindo mais fortes e poderosos.
Na vida não é raro encontrarmos homens como estes em todos os círculos e ambientes sociais, contudo, chegará o dia em que o homem se sentirá realmente interessado por uma mulher e nessa altura a máscara vai cair. Por um lado, o desejo de intimidade, de aprofundar a relação e ser feliz. Por outro lado, o temor de se ver diante do seu próprio desamparo e do desejo intenso e profundo de ser cuidado por uma mulher.
Talvez isso explique por qual motivo tantos homens que resistem a uma relação mais séria e mesmo ao casamento optando por serem os machões da turma e os eternos solteirões que sempre desprezaram e criticaram hipocritamente todas as relações sérias que os seus amigos escolheram para eles. Chegará o momento que esses homens, por escolha sua e por ironia do destino, se casarão e se tornarão submissos, dependentes e dominados pela mulher.
Outra ironia do destino é que esses são casos que raramente vêm à luz e não são diagnosticados nem relatados, fazendo que as estatísticas sejam maioritariamente de mulheres com Transtorno de Personalidade Dependente. Assim se formam as estatísticas... de dados documentados e não daquilo que a sociedade não quer ver nem se importa que exista.
Será sempre mais fácil ignorar os problemas, virar a cara, do que olhar nos olhos, deixar o preconceito de lado e estender uma mão.
E assim vai andando o mundo: cego, surto e mudo!
Até quando?
By: L.M. - Blog Apenas Borderline
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