Tudo sobre Transtorno de Personalidade Borderline ou Limítrofe, suas POSSÍVEIS Comorbidades e Personalidade Borderline como Comorbidade
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domingo, 2 de novembro de 2014
Não confunda Transtorno de Personalidade Dependente com outros Transtornos
O Transtorno da Personalidade Dependente pode ocorrer em indivíduos (homens, mulheres ou crianças) que possuem uma séria condição médica (física ou psicológica), mas no caso de diagnóstico de transtorno, o indivíduo tem de possuir uma dificuldade em assumir responsabilidades muito além da condição ou deficiência sem explicação lógica. Por isso é considerado um Transtorno e não uma condição que pode ser transitória devido a uma circunstância que, dependendo do seguimento dos acontecimentos pode mudar ou até desaparecer por si só.
Por necessidade de constante aprovação os indivíduos com TPD muitas vezes têm dificuldade em expressar discordância dos outros, especialmente aqueles que dependem seja física ou emocionalmente. Estes indivíduos sentem-se tão incapazes de funcionar sozinhos que preferem concordar com o que consideram errado a arriscarem a perda daqueles em quem procuram amparo, muitas vezes irracional. Eles não ficam zangados quando seria adequado com as pessoas por medo de afastá-las.
É preciso diferenciar aqui o diagnóstico de TPD do que se pode chamar de medo de consequências que põem em risco a sua integridade física quando expressam a não concordância perante fatos reais de abuso. Nesses casos o comportamento do indivíduo não poderá ser considerado um transtorno mas um ato de concordância forçada mediante uma condição de impotência.
Os indivíduos com TPD têm a convicção de serem incapazes de funcionar de modo independente e apresentam-se como inaptos e carentes de constante auxílio. Entretanto, tendem a funcionar adequadamente quando recebem a garantia de que receberão supervisão e aprovação de outra pessoa. Podem ter medo de parecer ou de tornar-se mais competentes, por acreditar que isto levará ao abandono. Por isso não são raras as vezes que, mediante uma exigência, abandonem postos de trabalho, convívios com amigos de longa data ou mesmo familiares para evitarem o abandono assegurando assim o total controle do controlador. A sua dependência tende a ser cada vez mais perpetuada e a condição de abusado mais evidente e prejudicial para si mesmo e tantas as vezes para os filhos e pessoas que os amam de verdade.
Os indivíduos com TPD podem ir a extremos para obterem carinho e apoio, chegando ao ponto de se oferecerem para realizar tarefas desagradáveis, se este esta for a única forma de obterem os cuidados de que necessitam. Dispõem-se a fazer o que seja, mesmo que as exigências sejam irracionais. A sua necessidade de manter um vínculo emocional importante resulta na sua grande maioria em relacionamentos desequilibrados, disfuncionais e distorcidos. Podem fazer sacrifícios extraordinários ou tolerar abuso verbal, físico ou sexual. Volto a repetir que só se deverá considerar um transtorno quando o indivíduo não tenha quaisquer hipótese de sair dessas condições de abuso... embora nos dias de hoje seja cada vez menos difícil de crer que, com as medidas legais à disposição de todos (não estou falando de crianças obviamente) não exista outra forma de solucionar situações como estas sem ser se entregar ao sofrimento eterno.
Os indivíduos com este transtorno sentem desconforto ou desamparo quando estão sozinhos, por medo exagerado de serem incapazes de cuidar de si próprios. Podem ficar presos a outras pessoas nas suas vidas apenas para não ficarem sozinhos, mesmo que não tenham interesse ou envolvimento sentimental com os mesmos. Podem se sentir as pessoas mais miseráveis do mundo mas não sabem viver de outra forma. Sair da sua zona de conforto torna-se mais penoso para eles do que continuar a enfrentar o que sempre conheceram nas suas vidas.
Quando um relacionamento significativo termina os indivíduos com TPD podem sair correndo (mesmo que de forma inconsciente ao início) em busca de outro relacionamento que ofereça os cuidados e o apoio de que necessitam. A crença na sua incapacidade de funcionar na ausência de um relacionamento íntimo motiva estes indivíduos a envolverem-se rápida e indiscriminadamente com outra pessoa. Se der certo tudo bem, se não der não será nada de diferente do que estão habituados assim que essa preocupação não é uma prioridade para eles, por vezes nem um requisito fundamental. Eles só não querem ser abandonados nem deixados à própria sorte.
Arriscar e tentar que algo dê algo certo na vida deles não é uma opção nem consta na sua opção de vida.
A base é: vale mais pouco ou nada e certo do que muito e incerto.
Se este distúrbio não for tratado precocemente e a tempo o indivíduo corre sérios riscos de que se torne um problema bem maior como é o caso de evoluir para certos transtornos mentais de difícil resolução como é o caso de Transtornos do Humor, Transtornos de Ansiedade e Transtornos Afetivo-Emocionais.
Pode também acontecer que o TPD seja diagnosticado como comorbidade de transtornos de personalidade como é o caso do Transtornos da Personalidade Borderline, Esquiva e Histriônica mas atenção, JAMAIS se poderá confundir uns como os outros senão vai ser um grave problema para o seu tratamento ou resolução. Se todos fossem apenas um para que seriam identificados de forma diferente no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais?
Apenas fica como reflexão para muitos que continuam metendo tudo dentro da mesma sacola. Existem muitos dados disponíveis em livros, cursos de reciclagem, workshops, palestras e até na internet. Eu penso que basta apenas que as pessoas se preocupem e se interessem em vez de continuarem a agir de forma incoerente, irresponsável e até, muitas vezes, anti-ética.
Muitas vezes, com grande dor e sofrimento na alma, me pergunto onde terá ficado o juramento que todos os profissionais de saúde da área mental fazem aquando o seu mestrado?
Só alguns continuam se lembrando?
Juramento e Código de Ética (psicólogos)
Juramento do Psicólogo.
"...Como psicólogo, eu me comprometo a colocar minha profissão a serviço da sociedade brasileira, pautando meu trabalho nos princípios da qualidade técnica e do rigor ético.
Por meio do meu exercício profissional, contribuirei para o desenvolvimento da Psicologia como ciência e profissão na direção das demandas da sociedade, promovendo saúde e qualidade de vida de cada sujeito e de todos os cidadãos e instituições..."
Juramento e Código de Ética (psiquiatras)
O Juramento de Hipócrates
"...Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higéia e Panacéia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça..."
Longe de mim julgar alguém. Não quero nem posso devido á minha forma de ser e estar na vida e igualmente à minha condição humana... mas não posso calar a minha opinião vendo tantas atrocidades acontecerem á minha volta.
Poderia ser tudo tão diferente, verdade!?
Se cada um fizer o que humanamente pode não precisariam poucos de fazer muito!
Hoje é a vez deles, amanhã poderá ser a nossa.
Nada é eterno nem certo nesta vida amigos. Absolutamente nada!
By: L.M. - Blog Apenas Borderline
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