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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Definindo os diferentes Episódios nos Transtorno Bipolar I, Bipolar II, Ciclotimia e Bipolar sem outra especificação


O Transtorno Bipolar I é caracterizado pela presença de história de Episódios de Mania (ou euforia), com ou sem história de episódios depressivos major. A recorrência é indicada por uma alteração na polaridade do episódio ou por intervalo de dois meses livre de sintomas maníacos. 
A taxa de suicídio é de cerca de 10 a 15% nesta doença, mas a ideação suicida é mais prevalente nas fases depressivas. Está associada em muitos doentes a história de problemas pelo uso de álcool ou de outras substâncias, essencialmente naqueles com início precoce do Transtorno Bipolar I. 
Estima-se que 10 a 15% dos adolescentes com Episódios Depressivos Major recorrentes irão desenvolver Transtorno Bipolar I.
A incidência é aproximadamente igual nos homens e nas mulheres, contudo nos homens é mais provável que o primeiro episódio seja maniaco enquanto nas mulheres será um episódio depressivo major e estes episódios ocorrem em maior frequência que os episódios de mania (no homem a frequência é semelhante). 

Uma frequência de 4 ou mais episódios de alteração de humor por ano, ciclos rápidos, está associada a um pior prognóstico. 
A existência de perturbações de humor em familiares biológicos em primeiro e segundo grau está associada a uma maior incidência no transtorno bipolar assim como numa idade de início mais precoce. 

O Transtorno Bipolar II exige um ou mais Episódios de Depressão Major e pelo menos um Episódio de Hipomania. A presença de um episódio maníaco exclui o diagnóstico de Transtorno Bipolar II. 
Os sintomas causam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social, ocupacional ou em qualquer outra área importante. A informação de pessoas próximas do doente é importante pois estes não se consideram afetados nem se recordam de outros episódios de hipomania. 
O suicídio ocorre na fase de Depressão Major e atinge uma taxa de 10 a 15%. 
Se houver referência de episódios maníacos, o diagnóstico deverá ser alterado para Doença Bipolar I, o que se verifica em 5 a 15% dos doentes num período de 5 anos. 
Tal como na doença Bipolar I, a história de perturbações de humor na família, está associada a uma maior incidência no Transtorno Bipolar II. 

Existe também o Transtorno Bipolar sem outra especificação que inclui as perturbações com características bipolares que não preenchem os critérios para nenhuma das Perturbações Bipolares. Existe uma alternância muito rápida entre os sintomas maniacos e os sintomas depressivos (apenas dias) que não podem ser classificados como Episódio Maníaco ou Episódio Depressivo Major. 

Ciclotimia é caracterizada por pelo menos dois anos com numerosos períodos de sintomas hipomaníacos que não preenchem critérios para Episódio Maníaco e numerosos períodos de sintomas depressivos que não preenchem critérios para Transtorno Depressivo Major. 
Dada a sua evolução crônica e flutuante, não há períodos ausentes de sintomas superiores a dois meses. Durante os dois primeiros anos da doença, não poderá verificar-se Episódios de Depressão Major, Mania ou Mistos. 
Os sintomas causam mal-estar clinicamente significativo ou deficiência no funcionamento social, ocupacional ou qualquer outra área importante, sendo o doente considerado imprevisível, inconsciente ou não merecedor de confiança. 
A sua incidência é semelhante em ambos os gêneros e a prevalência é estimada em 0,4 a 1%. 
É mais comum quando se verifica uma história de Transtorno Bipolar I ou II nos parentes de primeiro grau. 

Importante referir que todas as perturbações são distintas daquelas com os mesmos sintomas induzidas por outros estados patológicos ou por substâncias. Quando o início das perturbações ocorrem na idade adulta, dever-se-á suspeitar desta relação. É importante realçar que o diagnóstico do Transtorno Bipolar não implica necessariamente uma história de depressão. 
Os critérios de diagnóstico para o transtorno bipolar I requerem apenas um Episódio de Mania. De facto, algumas investigações suportam a existência de Mania Unipolar
Karkowski & Kendler demonstram que 25-33% de uma amostra de doentes com doença bipolar sem tratamento não apresentaram alguma vez Episódios de Depressão Major. 
Adicionalmente, Solomon et al, 2003, demonstrou sete casos de doentes com mania sem episódios depressivos durante 20 anos de follow-up.
Devemos ainda ter em conta que pelo facto dos doentes deprimidos procurarem tratamento mais facilmente que os doentes maníacos, a prevalência da Mania Unipolar está subdiagnosticada.


Em outra oportunidade falaremos mais sobre este tipo de mania.

Grata pela preferência.
Voltem sempre!

By: L.M. - Blog Apenas Borderline



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