Total de visualizações de página

quarta-feira, 22 de abril de 2015

O segredo é nunca desistir... SHOW MUST GO ON


Ninguém procura um especialista de saúde mental de ânimo leve, quer seja ele um psicólogo, terapeuta ou psiquiatra. No caso da procura de um psiquiatra a coisa complica mais um pouco porque já vem o pensamento automático e o preconceito  “psiquiatra coisa para louco”, “ele vai me dopar”, “vou ficar dependente de remédios”, “depois que entrar nessa não saio mais”, etc.
Vejo diariamente como é difícil esse percurso, da procura do especialista à aceitação de um tratamento ou mesmo, dependente do caso, à ideia da cura de um transtorno ou sintoma do foro psiquiátrico, e sei o quanto é importante que o paciente dê sentido a tudo isso. Mas o fato é que tratamento também depende dele, ele precisa dar significados para o que está sentindo, precisa compreender seu problema e ajudar o especialista que o trata a desatar os nós que o prendem ao sofrimento. Não é um caminho fácil mas é possível se todos trabalharem de mãos dadas e se esforçarem pelo mesmo objetivo: o sucesso e uma vida digna e estável para o paciente.


Já falei inúmeras vezes que um tratamento terapêutico é absolutamente necessário no acompanhamento de um paciente psiquiátrico. Apenas remédios não vão resolver. E isto é fácil de entender, quer sejam pacientes com transtornos de personalidade ou clínicos (biológicos) visto que ambos, independentemente de que transtorno padeçam, tiveram uma vida dificultada por muitos aspectos difíceis de controlar devido à sua condição. Então hábitos foram adquiridos, ideias foram interiorizadas, formas de ser e estar na vida menos saudáveis foram adotadas e é nesse aspeto que a medicação nada vai mudar. Sintomas como a irritabilidade, ansiedade, impulsividade, depressão etc serão aliviados mas se o indivíduo não mudar a forma de estar na vida, de pensar corretamente sobre cada detalhe que precisa ser mudado para viver em equilíbrio com eles mesmos, o caminho irá ser bastante mais árduo e provavelmente sem muitas mudanças ou sucesso.
O tratamento é um conjunto de fatores a serem corrigidos então não descuidem nenhum dos passos.

É óbvio que haverá momentos em que você irá fraquejar por algum motivo (até hoje não conheci ninguém que não o tenha feito ou pensado em fazer) mas o importante é nunca perder o foco e pensar que se deu certo para muitos também poderá dar para você. E com certeza se fizer tudo certo e for persistente assim será.
Entendam igualmente que, na maioria dos casos, o tratamento não funciona de forma automática. Não se trata de medicação e tratamentos para a dor de cabeça ou de um dente. A coisa é bem mais séria e complicada que isso e, consoante a sua idade vá aumentando e as crises sejam cada vez mais frequentes sem qualquer tratamento ou medicação errada, o caso fica mais resistente mas a batalha é sua e só você pode ser o guerreiro nela, então dê o melhor de você. Procure ajuda, se fortaleça mas jamais desista.
Ajude também, no caso do tratamento medicamentoso, o seu psiquiatra a perceber que as coisas estão ou não estão funcionando para você. Isso é muito importante! No caso de intolerância de algum medicamento ou contra-indicação menos agradável é importante a comunicação para que se possam contornar os efeitos ou então para que os sintomas se tornem mais toleráveis ou até por vezes a saber quando tem de mudar um medicamento e ajustar-lo ao seu caso. Repito uma vez mais que especialistas da saúde mental não possuem uma bola de cristal e vocês não vão se consultar por terem um dente cariado mas por problemas de ordem mental que se não forem especificados eles não poderão adivinhar e fazer o seu trabalho corretamente. A solução será adaptar a medicação e as suas dosagens a cada paciente e não desistir. Pense sempre que ao desistir de um tratamento que é necessário para o seu bom funcionamento e bem estar estará desistindo de si mesmo!


É absolutamente essencial para o sucesso de qualquer tratamento que o paciente tenha a consciência que o sucesso passa pelo autoconhecimento, ou seja, começarem a se conhecer e a se observarem a si mesmos como se o estivessem fazendo com outra pessoa... imaginem um primeiro encontro com alguém... então observem, se olhem por dentro, tentem de entender, queiram aprender mais sobre vocês mesmos. Comecem também a entender o que pertence à vossa personalidade e o que faz parte do transtorno. Não coloquem tudo no mesmo saco nem pretendam ser quem vocês não são porque aí perderão a vossa essência. O que vocês têm de tratar é o que vos traz transtorno quer seja à vossa vida ou à dos que você mais ama, o resto faz parte de vocês. Só assim vocês podem tomar as rédeas da vossa vida sem que a doença tome conta do vosso quotidiano.

Desejo o melhor para todos.
Grata pela vossa preferência.
Voltem sempre!


By: L.M. - Blog Apenas Borderline

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.