Total de visualizações de página

terça-feira, 5 de agosto de 2014

O Transtorno de Personalidade Borderline tem Cura?






Eis a questão que todos colocam e que gera tanta polêmica e opiniões contraditórias que, até ao dia de hoje, ainda não consegui entender o porquê.
Para validar a minha opinião, em primeiro lugar usarei critérios confiáveis e assumidos como verdadeiros por toda a classe médica seguidos duma explicação lógica mas que parece ninguém querer entender.
Nele são usadas as siglas TPL (Transtorno de Personalidade Limítrofe) que é exatamente o mesmo que TPB (Transtorno de Personalidade Borderline).


"Critérios do DSM-IV-TR
A última versão do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (DSM-IV-TR) - o guia americano amplamente usado por médicos à procura de um diagnóstico de doenças mentais – define o TPL (código do DSM-IV-TR: 301.83) como: “um padrão invasivo de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos e acentuada impulsividade, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos”. Um diagnóstico de TPL requer cinco dos nove critérios listados no DSM e que os mesmos estejam presentes por um significante período de tempo. Os critérios são44 :

Critérios diagnósticos segundo o DSM-IV:


Sintomas afectivos

1. Instabilidade afetiva acentuada devida reatividade intensa do humor (por exemplo: episódios de disforia, irritabilidade, ou ansiedade geralmente durante algumas horas e raramente, no máximo, alguns dias).

2. Ira, ódio ou raiva inapropriados, intensos e de difícil controle (por exemplo: apresenta frequentes demonstrações de irritação, raiva constante, sentimento de vinganças, lutas corporais recorrentes.)

3. Sentimentos crônicos de vazio e tédio.Sintomas impulsivos

4. Conduta recorrente de tentativas ou ameaças de suicídio e comportamentos de automutilação.

5. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado por extremos de idealização e desvalorização, ou amor e ódio, bom ou mau etc.

6. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa (por exemplo, exageros em: gastos financeiros, sexo, drogas, álcool, direção imprudente, comer, cleptomania ou outros tipos de compulsões.) Nota: não incluir comportamento suicida ou auto-mutilante estabelecido no critério 4.Sintomas interpessoais

7. Esforços frenéticos para evitar um abandono/rejeição real ou imaginado. Nota: não incluir comportamento suicida ou auto-mutilante estabelecido no critério 4.

8. Instabilidade na identidade: auto-imagem, preferência sexual, gostos e valores persistentemente instáveis.

Sintomas cognitivos

9. Ideação paranoide transitória relacionada ao estresse, ou severos sintomas dissociativos."

Se o próprio Manual Estatístico de Desordens Mentais considera que o paciente só deve ser diagnosticado como sendo portador de TPB quando estão presentes 5 dos 9 pontos acima indicados, pergunto-me então de que vale o Manual de Diagnóstico, as melhoras significativas após tratamento e que valor se dá a alguém que conseguiu se superar a si mesmo trabalhando arduamente para ter uma qualidade de vida estável e equilibrada? Ninguém reconhece a mudança e a pessoa ficará rotulada como paciente com TPB para sempre?
Baseada nos fatores que diagnosticam uma pessoa com TPB eu afirmo que sim, o Transtorno tem cura! Isso não acontece de um dia para o outro, o processo é lento e trabalhoso tanto da parte do paciente como do(os) terapeuta(as) mas, na maioria dos casos os pacientes abandonam os comportamentos suicidas, de automutilação, comportamentos de idealização e desvalorização, assumem o controle de comportamentos intensos e exagerados como a raiva, ódio, etc, diminuem ou abulem a impulsividade em comportamentos destrutivos, a sua identidade fica definida, os episódios paranoides de dissociação cessam, e começam a conseguir lidar de outra forma com um dos principais fatores que caracterizam esta patologia: o medo irracional de abandono.

Agora me pergunto: com pode alguém considerar uma pessoa com as características acima referidas como paciente com TPB?
O Transtorno SIM, tem cura! Mas infelizmente para alguns a personalidade não... essa faz parte da essência de cada um e temos que aprender a lidar com ela.
Com o trabalho terapêutico consegue-se chegar ao ponto acima identificado então a personalidade é moldada de novo e o que estava "desalinhado" é posto em ordem.
Com toda a certeza sempre ficarão traços Borderline, se assim o quiserem chamar... com toda a certeza haverão episódios durante o resto das vidas do Borderline que irão lembrar ao paciente os momentos de angústia dos momentos de transtorno mas isso acontece com todas as pessoas deste planeta, uns com mais intensidade e outros com menos.
Os Borderline continuarão sempre sentindo de forma diferente do normal mas desta vez sabendo que irá passar e amanhã será outro dia.

Com toda a certeza existem casos de insucesso no tratamento do TPB e disso e já falei anteriormente. Existe um grande leque de explicações para isso mas um dos principais fatores é o diagnóstico tardio da patologia.
Quanto mais tempo a pessoa viver naquela personalidade distorcida mais difícil será acontecerem as mudanças mas com motivação, foco e esforço dos dois lados envolvidos (paciente e terapeuta) tudo é possível.

Embora todos tenhamos uma Personalidade não significa que todos sejamos Transtornados.
Ou Seremos?
Fica para reflexão!

By: L.M.A. - Apenas Borderline


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.